Metas terapêuticas

– E lá no trabalho o pessoal agora fica um falando mal do outro sabe? É um saco isso! Porque eles não param e simplesmente olham para entender que todos estão no mesmo barco?

– É uma boa ideia né?

– Pois é, mas se fosse só isso sabe? A minha filha também está com alguns problemas e eu não sei o que fazer. Ela fica reclamando para mim das coisas do casamento dela que não tá indo muito bem e eu fico angustiada com isso.

– Hum…

– E depois tem também a minha mãe que não anda nada bem, ela está sempre com algum problema novo, alguma situação nova para reclamar.

– Entendi. E me diga: o que você quer com tudo isso?

– Como assim?

– Eu entendi que o pessoal do seu trabalho está com problemas, sua filha e mãe estão com problemas, no entanto eu não entendi o que você quer com isso.

– Ah eu não sei.

– Ótimo, então vamos pensar

– (pensa e diz) Eu acho que talvez eu não tenha muito o que fazer com essas situações né?

– Pois é né? E com quais você tem?

– Teria que ser com as minhas né?

– É uma escolha. E o que você quer para você?

– Aí complica.

– Então vamos descomplicar…

Em terapia é muito importante sabermos o que a pessoa quer. Muitas vezes “o processo” terapêutico resume-se na pessoa adquirir a capacidade de decidir o que quer e formular de uma forma adequada os seus objetivos de vida. Porque isso é importante?

Muitas vezes as pessoas sofreram com alguma experiência de vida ou então estão sofrendo por não saberem como lidar com uma dada situação. No entanto, cada ser humano olha e interpreta a situação de uma forma diferente e isso significa que cada pessoa irá tentar buscar uma solução específica para a mesma situação. Por exemplo: duas pessoas podem estar com problemas com o companheiro, uma delas decide então que deve “sentir-se novamente bem consigo” enquanto a outra decide que “deve aprender a dar limites nos seus relacionamentos de forma firme”. Nunca é óbvio o que a pessoa quer como resposta à uma situação de incômodo.

O que ela quer nem sempre isto está claro e é por isso que devemos pesquisar com cuidado o que a pessoa quer e quais os motivos que a levam desejar isso. Quando sofrem uma decepção amorosa muitas pessoas decidem “ir à desforra”, por exemplo, isso pode oferecer uma sensação de “vingança”, no entanto, não ajuda a pessoa a se fortalecer – na maior parte das vezes – para uma nova relação. Muitas pessoas são ótimas para relatar os problemas, mas isto por si só não gera a mudança. Ela ocorre quando a descrição do problema se liga à uma atitude psicológica de gerar uma resposta à situação e à uma atitude comportamental – interna e externa.

Uma das perguntas que mais fazem meus clientes pensar é: “ok, entendi o problema, agora me diga: o que você quer fazer com isso?” Encontrar a resposta para esta pergunta é metade do caminho a outra metade é implementar a resposta. E você: O que quer?

Abraço

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